Gosto musical pode estar no DNA, diz estudo

08/04/2025

Já se pegou curtindo as mesmas músicas que seus pais e se perguntou se isso é só influência ou algo mais profundo? Pois é, parece que a ciência tem uma resposta interessante pra isso.

Um estudo recente publicado na Nature Communications aponta que o gosto musical pode ter, sim, um pezinho na genética. A pesquisa foi conduzida por especialistas do Instituto Max Planck de Psicolinguística, incluindo o doutorando Giacomo Bignardi, que liderou o trabalho.

Segundo ele, o objetivo era investigar se a nossa musicalidade — aquela sensibilidade pra ritmo, melodia e emoção — pode ter origem nos nossos genes. Como explicou Bignardi (via Vice):

"Os cientistas queriam entender se as diferenças genéticas entre indivíduos podem resultar em diferenças no prazer que as pessoas obtêm da música e o que essas diferenças podem nos dizer sobre a musicalidade humana em geral."

Pra chegar a essas conclusões, o time de pesquisadores usou uma metodologia que envolve a comparação entre gêmeos idênticos e fraternos. Ao todo, foram analisadas mais de 9 mil respostas sobre como as pessoas vivenciam a música — se sentem vontade de dançar, cantar, se arrepiam com certas canções, entre outros pontos.

A partir desses dados, os cientistas perceberam que o prazer que sentimos ao ouvir música pode ser influenciado em parte pelos nossos genes. Isso inclui desde a forma como percebemos elementos musicais até como reagimos emocionalmente a eles.

Bignardi acredita que essa é só a ponta do iceberg:

"Essas descobertas sugerem um quadro complexo no qual as diferenças de DNA parcialmente distintos contribuem para diferentes aspectos do prazer musical. Pesquisas futuras que analisam qual parte do genoma contribui mais para a capacidade humana de apreciar música têm o potencial de lançar luz sobre a faculdade humana que mais confundiu Darwin e que ainda nos confunde hoje."

Então, da próxima vez que você e sua mãe estiverem cantando a mesma música no carro, pode ser que não seja só coincidência — tem uma chance de ser herança genética também.

E aí, olhando pro repertório musical da sua família, faz sentido?