KUARUP surge com peso e consciência no EP "A dor é o combustível da mudança"

26/03/2025

Da Redação - Ruído Urbano News

A banda brasileira Kuarup chegou com força total no cenário do doom e sludge metal com o lançamento do seu primeiro EP, A Dor é o Combustível da Mudança, disponibilizado no último 21 de março. Com um som denso, letras afiadas e uma proposta sonora que não economiza no peso, o grupo já se firma como uma das vozes mais urgentes do metal underground nacional.

Formada por integrantes e ex-membros de bandas como Nekkrofuneral, A Peste e Omfalos, a Kuarup une riffs arrastados e pesados — típicos do sludge — com passagens melódicas de guitarra que criam momentos de respiro dentro do caos. É aquele tipo de som que te abraça e soca ao mesmo tempo.

As letras, todas em português, mergulham de cabeça nas dores e contradições do mundo contemporâneo. Os temas abordam colonialismo, fascismo, capitalismo tardio, alienação, vício, desemprego e luta existencial. O grupo não faz concessões: há uma franqueza cortante nas composições, sem qualquer tentativa de amenizar o impacto. É música feita com sangue nos olhos e alma na ponta dos dedos.

E se o som já é poderoso por si só, o time de convidados só eleva ainda mais o nível do EP:

  • Danyel Noir (Facada, Plastique Noir) e A. Neil (Infamous Glory, Laconist, Gulag) entregam solos de guitarra precisos e expressivos;

  • Flavio Neves (Deuszebul, Open The Coffin, Son of a Witch) assume as baquetas com autoridade;

  • E Fernando Duarte entra com uma adição inesperada e ousada: o bandolim, provando que até instrumentos pouco comuns no metal podem carregar o peso necessário quando bem conduzidos.

O processo de gravação rolou no Less Than Zero Studio, com mixagem a cargo de José Antônio Dai Hou e masterização feita por Nicolas Gomes, no Heavytrek Studio — dois nomes que vêm se destacando nas produções pesadas nacionais.

E pra quem curte novidade: além do EP recém-lançado, a Kuarup já tem um álbum completo gravado, prontíssimo, apenas aguardando o momento certo pra vir à tona. Se o EP já mostra um trabalho sólido e contundente, fica a expectativa de que o disco cheio venha ainda mais intenso.

Enquanto isso, vale ouvir A Dor é o Combustível da Mudança no volume máximo e sentir cada riff como um soco contra a apatia. Porque pra Kuarup, dor é movimento — e música é resistência.