Milton Nascimento e Djonga se encontram em novo álbum e unem gerações da música mineira

Da Redação - Ruído Urbano News
Desde os primórdios do rap no Brasil, a conexão entre o hip hop e a música brasileira sempre esteve presente. Mano Brown, por exemplo, uma das figuras mais icônicas do gênero à frente dos Racionais MC's, nunca escondeu sua admiração por Jorge Ben Jor.
Nesse contexto, a participação de Milton Nascimento no oitavo álbum de Djonga, Quanto mais eu como, mais fome eu sinto, lançado na noite de 13 de março, carrega um significado especial. O cantor empresta sua voz ao refrão de Demoro a dormir, trazendo um tom melódico e uma carga espiritual que dialoga diretamente com as reflexões presentes no disco do rapper mineiro.
Além da colaboração musical, a parceria entre Djonga e Milton une duas referências que moldaram a sonoridade de Minas Gerais. Belo Horizonte, berço do Clube da Esquina nos anos 1970, é também a cidade onde surgiram grandes nomes do rap nacional, como Djonga. Esse encontro entre gerações e estilos diferentes reforça a amplitude da música mineira, que continua influente e em constante evolução.
Sempre atento às novas sonoridades, Milton Nascimento tem mostrado abertura para parcerias contemporâneas. Por isso, sua conexão com Djonga não chega a ser uma grande surpresa, mas ainda assim marca um momento relevante na trajetória de ambos.
No fim das contas, o que se ouve nesse álbum é o resultado da fusão entre dois artistas de universos distintos, mas que compartilham a mesma essência: a busca por identidade, reflexão e expressão através da música.