O que Andre Matos achou do “Rebirth” do Angra? Confessori entrega o jogo

20/02/2025

Da Redação - Ruído Urbano News

Segundo o baterista, saudoso vocalista não curtiu alguns elementos do álbum de 2001, mas teve uma faixa que conquistou seu coração.

A virada do milênio foi intensa para o Angra. Depois da saída de Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori, a banda passou por uma grande reformulação. Enquanto os três ex-integrantes juntavam forças com Hugo Mariutti para formar o Shaman – que lançaria Ritual em 2002 –, o Angra recrutava Edu Falaschi (voz), Felipe Andreoli (baixo) e Aquiles Priester (bateria) para dar início a uma nova era. O resultado dessa renovação veio com Rebirth, disco lançado em novembro de 2001.

E é claro que Andre Matos não deixou passar batido. Durante um ensaio do Shaman, ele apareceu com uma cópia do Rebirth e colocou pra tocar. Quem revelou essa história foi Ricardo Confessori, em uma entrevista recente ao Ibagenscast. Segundo o baterista, Matos ficou meio incomodado com alguns aspectos do álbum, mas teve uma faixa que ele realmente curtiu: a poderosa faixa-título Rebirth.

Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, ele disse:

"O Andre veio um dia com o 'Rebirth' lá no ensaio. Ele disse: 'vocês têm que escutar isso aqui'. Ele trouxe o disco pro Shaman, que ainda não tinha lançado o 'Ritual', pra todo mundo falar [sua opinião]. Aí rolou uma audição."

Embora não se recorde de todos os detalhes, o baterista contou que o vocalista teve algumas ressalvas sobre o álbum, mas ficou especialmente impressionado com a faixa-título.

"Eu não lembro exatamente, mas eu lembro que [quando ouviu] a música 'Rebirth' o Andre falou assim: 'essa música é boa mesmo'. Agora as outras músicas ele já pensou: 'ah, isso aqui tem aquelas coisas que eu já não gosto, que eu cortava quando falava com o Rafael'. Porque eles foram por muitos anos só os dois compositores do negócio."


Clima de guerra e reencontro antes do adeus

O clima entre os ex-integrantes e a nova formação do Angra não era dos melhores na época. Falaschi já admitiu, no podcast Fala Ordinário, que havia muita mágoa de ambos os lados – especialmente por parte de Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt. Mas o tempo, como sempre, fez seu trabalho. Em 2013, às vésperas do Rock in Rio, Falaschi e Matos tiveram um encontro registrado pelo guitarrista Andreas Kisser (Sepultura). Os dois se acertaram antes da despedida final de Matos, que nos deixou em 2019.

"As vezes que estive com o Andre… não foram muitas vezes, mas sempre foi muito legal, respeitoso. No Rock in Rio, fomos para fazer um comercial e conversamos muito sobre todas essas rixas. Ele falou: 'fiquei chateado com uma entrevista tal'. Eu falei: 'mas é f#da, porque você também falou algumas coisas'. Foi um papo muito legal, porque não teve mimimi, não teve barreira."

O impacto de Rebirth

Lançado oficialmente em 13 de outubro de 2001, Rebirth foi um divisor de águas para o Angra. Com uma temática que falava de reconstrução e renascimento, o disco refletia perfeitamente o momento da banda. A produção ficou a cargo de Dennis Ward (Pink Cream 69), que ajudou a moldar o som da nova fase.

O sucesso foi inegável: quase 1,5 milhão de cópias vendidas pelo mundo, discos de ouro no Brasil e no Japão, e a consolidação do Angra em uma nova jornada. Apesar da tensão inicial entre antigos e novos membros, uma coisa é certa: Rebirth entrou para a história do metal brasileiro.