"She’s Gone": A Balada Proibida do Black Sabbath que Ozzy Não Queria Cantar

05/05/2025

Da Redação - Ruído Urbano News

Quando se fala de Black Sabbath, logo vêm à mente riffs pesados, letras sombrias e o nascimento do heavy metal. Mas por trás da imagem brutal da banda, existem momentos pouco conhecidos — e até desconfortáveis — como a história da música "She's Gone", uma das faixas mais atípicas da discografia da banda, lançada no álbum Technical Ecstasy (1976).

O que poucos sabem é que Ozzy Osbourne odiava essa música. E mais do que isso: ele nem sabia que ela seria gravada daquela forma.

Na época, o Sabbath estava em combustão interna. As drogas estavam em alta, a criatividade em baixa, e o clima entre os membros era de puro desgaste. Ozzy, especialmente, já se mostrava desiludido com os rumos que o grupo tomava. Enquanto a banda gravava no estúdio em Miami, Ozzy passava boa parte do tempo afundado em álcool no bar do hotel, ausente das decisões artísticas.

Foi nesse contexto que Tony Iommi, cada vez mais assumindo o controle do grupo, decidiu gravar uma orquestra de cordas para a balada "She's Gone" — sem avisar Ozzy. Iommi coordenou a sessão com músicos de estúdio e só apresentou a faixa finalizada ao vocalista depois de tudo pronto.

A reação de Ozzy? Nada boa. Em entrevistas e em sua autobiografia "Eu Sou Ozzy", ele classificou a música como "melosa" e fora do espírito do Sabbath. Comparou o arranjo ao estilo de Barry Manilow, deixando claro o incômodo com a suavidade inesperada da faixa.

Mas ironicamente, apesar do desdém, Ozzy entregou uma das performances vocais mais emocionais de sua carreira nessa mesma faixa. Sua voz frágil, embriagada de melancolia, carrega o peso de uma banda à beira do colapso — e talvez por isso a música tenha um impacto tão forte, mesmo fugindo do tradicional peso metálico.

"She's Gone" é uma peça rara na obra do Sabbath. Um momento de vulnerabilidade forçada, resultado de decisões nos bastidores e de um vocalista desconectado de sua própria banda.

Décadas depois, a música ainda divide opiniões. Mas sua história mostra que até no caos, surgem momentos marcantes — mesmo que feitos às escondidas.